terça-feira, 1 de setembro de 2009

Como é bom ser fresco

Fui cortar o cabelo nesta tarde quente de terça-feira e cheguei à conclusão que sou fresco e, o pior, gosto disso. Leia e me entenda.

No tempo de guri, lá em Cachoeira do Sul, Centro do RS, cortava meu cabelo no barbeiro em frente ao trabalho do meu pai. Era um senhor forte, de cabelos brancos, que só usava tesoura e navalha. Naquele tempo não havia esta “frescurite” de cabeleireiro, mechas, luzes, escova progressiva... Havia no máximo aqueles pentes de guardar no bolso da camisa.

Chegava já com o discurso pronto. “Corta que nem o do meu pai.” E assim foi por anos. Na pré-adolescência dei um passo importantíssimo na minha vida. Mudei de barbeiro! Por R$ 4 o sujeito passava até talco para reduzir a irritação com os pêlos “decepados.” Assim foi por anos a fio.

Veio a crise da adolescência e “viadei”. Um belo dia “abichornei” e fui fazer luzes no cabelo. Fui ao salão que minha mãe frequentava, com direito a hora marcada e tudo. Ui! Cheguei sem jeito ao tal “instituto”. Fiquei mais sem jeito quando a cabeleireira enfiou uma touca verde na minha cabeça e começou a puxar uns punhados de cabelos com uma pinça. Fiquei a cara da Medusa, aquela figura mitológica grega que tinha o penteado cheio de serpentes. Lembra, né? Bem, o que importa é que para fazer a tal de luzes eu precisava ficar como a Medusa. E assim foi feito. No final do processo tinha até direito a lavar o cabelo, com xampu e condicionador.

A fase das luzes logo passou, para alívio do meu pai, mas desta época em diante peguei gosto pelas mordomias capilares. Rumei para Lajeado, a 150 quilômetros de Cachoeira do Sul, e aqui arrumei um novo barbeiro. Antes um parêntese, para ser barbeiro o sujeito precisa ter jeito de homem e usar navalha. Fecha parêntese, arrumei o barbeiro por R$ 10. Beleza!

Pensei que finalmente voltaria às origens e cortar cabelo feito homem. Mas ao final do primeiro corte, o barbeiro com cara de homem e de navalha me pergunta. “Quer que eu lave o teu cabelo?” Ui! Não resisti! Meio sem jeito respondi que sim, acenando com a cabeça. Foi um alívio para o meu corpo e para minha alma.

Confesso que até um homem macho como eu se permite às “frescurites” da vida vez que outra. Talquinho para combater a irritação, nunca mais. Eu quero um barbeiro que corte, lave e seque. Ah, e passe gel.

Por Ermilo Drews

3 comentários:

  1. ahahaha, li o teu post logo depois de voltar do barbeiro (que ele não saíba que chamei assim. O certo é do Centro de Beleza). Lá cortam, lavam, massageiam a cabeça e passam gel, ou cera. Quase cochilei enquanto lavavam minha cabeça (também, com esse cabeção, heheh)

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  2. Faltou contar que quando pequeno só cortava o cabelo no meu colo, e eu com o sapato na mão ( ou na tua bunda).
    Meus Deus cortar teu cabelo era pior que um parto!!!

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  3. Luzes? Bah... que decepção, meu caro. Ainda bem que mudou de ideia (viu, sem acento, aprendi...rs). Bom o teu blog...

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