segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Desventuras de um “motorista” inexperiente

Desde criança sofro com o efeito retardado. Comecei a falar só lá pelos 3 anos. Larguei o bico – ou se preferir chupeta – também tarde. Aprendi a amarrar os tênis tarde. Nunca aprendi a nadar. Comecei a beber depois dos 18 anos. E assim seguiu a minha vida tardia.

Mas talvez o que resuma esta minha vida com efeito retardado seja minha relação com o automóvel. Ao contrário da maioria dos homens machos, nunca me interessei por carburadores, motores, coisas do tipo. Sempre gostei de andar de ônibus. Por esta falta de vontade, por falta de grana e por medo, tirei a carteira aos 25 anos.

No entanto, a conquista da habilitação não me tornou um habilitado. Praticamente não dirigi no último um ano e meio. Não lido bem carros. É como minha relação com os cães. Eu tenho medo deles e eles sabem disso. Resultado: só me ferram.

Neste feriadão resolvi bancar o homem macho e dirigi por duas oportunidades. Na primeira delas, no interior, tudo seguia bonitinho. Mas no meio do caminho tinha uma pedra. Na verdade vários cascalhos em uma subida íngreme. Se não fosse um tiozinho calçar o carro com dois pedregulhos, estaria naquele morro até agora. Foi um tal de liga carro, apaga carro, desce carro, pragueja carro, xinga a mulher que banca o co-piloto. Um horror.

Passadas estas dificuldades iniciais, neste feriado de Independência decidi mostrar para o carro velho do meu pai quem é D. Pedro e quem é a mula. Confesso que por vezes os papéis se inverteram. O problema é que não lido bem com subidas nem com placas de pare.

Seria tudo mais fácil se depois de arrancar só se seguisse reto. Mas não, é um tal de arranca, bota segunda, bota terceira e para. Olha pros lados, engata a primeira, acelera. Na sinaleira, então, suo frio. E por uma destas peças do destino, no último semáforo, uma viatura da Brigada Militar para atrás de mim. Logo de mim! Apaguei duas vezes o maldito do carro.

A minha esperança é que minha relação com o carro melhore conforme aconteceu com as demais “limitações”. Hoje ato tênis com louvor, falo e bebo como poucos. É errando que se aprende, né!?

Por Ermilo Drews

2 comentários:

  1. Tomara que sua relação com os veículos não seja como as demais. Não são raras as vezes em que está com os cadarços soltos - correndo risco de estatelar-se. Sua fala, hoje, é perceptível, mas tão atropelada, que chegamos a não entender - por um lado é bom, porque se estiver reclamando é melhor nem ouvir, hehe. E nem bebe tanto assim. Acho que o fato de pensar em beber já te deixa meio bêbado. Depois, é só o álcool entrar no corpo e está feito o ébrio. Quanto à CNH, não posso falar nada, a não ser te desejar sorte - a ti e aos outros motoristas.

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  2. E tudo isso é culpa da mãe.
    Sempre ela (a santa mãe)é culpada pelos medos e inseguranças dos filhos.

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