quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ética, moral e Jornalismo

"Talvez um olhar retrospectivo nos mais de dois mil anos passados na inútil tentativa de encontrar um fundamento sólido para a moral nos leve a pensar que não existe nenhuma moral natural, independente dos preceitos humanos, mas que ela é simplesmente um artefacto, um meio inventado para melhor dominar o egoísta e malvado género humano."

Arthur Schopenhauer

A única coisa que prestou na minha aula de Filosofia na universidade foi o debate sobre ética e moral. O debate é tri louco, deixa o sujeito piradinho, mas como disse nosso amigo Schopenhauer, no que eu concordo com ele, os valores que carregamos não são nossos propriamente ditos, como acontece com nossos instintos, como a ereção, por exemplo. O nosso caráter é adquirido a partir daquilo que vivemos e, portanto, todos os preceitos morais, a constituição, as religiões são fruto dos valores que a sociedade considera como aceitos para aquela época. Obviamente estes valores mudam com o passar dos séculos e são encarados de maneira diferente de sujeito para sujeito.

No Jornalismo, a gente esbarra em valores morais o tempo todo. Ontem mesmo passei por uma situação destas no trabalho. Não vou abrir o assunto por ser de economia interna e porque a reportagem sobre o fato que ocasionou o debate ainda não foi publicada – estou exercendo um valor moral meu, hehe. Mas basicamente o debate se concentrou na dignidade humana. Mas o que é indigno pra mim não o é pra o colega do lado. Bem, gosto de pensar, copiando na cara dura algo que li há pouco tempo, que a dignidade humana não será o modo ético como o ser humano ver-se a si próprio? Em resumo, o que não quero pra mim ou pros meus, não quero para o próximo.

Por mais que existam códigos de ética, leis e o escambau há situações nas quais um jornalista coloca em xeque os seus valores. Nesta hora recomendo o bom senso. O problema é quando o bom senso de um entra em choque com o bom senso do outro. Daí meu filho, exercite o seu poder de retórica para dormir em paz com a sua consciência, mesmo que ela seja fabricada.

Por Ermilo Drews

Um comentário:

  1. Não podemos separar os "nossos" valores morais entre a vida pessoal e profissional. Podemos mudar de opiniões, nossa moral não pode mudar a toda hora, pra onde o vento levar.

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