domingo, 11 de outubro de 2009

Zig Zag Zig Zag HoHoHo

O trabalho judia do cristão. Taí o motivo do meu abandono temporário do blog. Mas em época de Oktoberfest não poderia deixar de resgatar uma historiazinha de alemão.

Pouca gente sabe, mas já fui um Fritz. Dancei por alguns anos em um grupo folclórico alemão. O traje você já deve ter visto em algum kerb da vida – calça de veludo curta, meião, suspensório e camisa branca de garçom de casamento, ah, tem o chapéu também. Bem, naquela época usar este traje era uma boa desculpa para entrar em bailes de graça e tomar cerveja.

Em uma das danças havia uma coreografia bem doida. Quatro fritz, entre eles este vivente, tinham que ir ao centro do salão, dois deles seguravam a nuca um do outro, formando uma base, e os outros dois faziam o papel de hélices. Os fritz da base começavam a girar e as hélices literalmente voavam – nos ensaios, não foi nem uma nem duas vezes que as hélices pararam sobre cadeiras, mesas... Bem, eu era uma das hélices.

Só que no meu caso havia um agravante nesta atacadisse toda. Sou míope, mas naquela época não usava lente, só um óculos de garrafa. Dançava com o famigerado óculos – que horror – e na hora da hélice deixava o equipamento com minha frida, e ía cumprir meu papel de boa hélice, já que não havia a menor possibilidade do meu óculos sobreviver naquela série acrobática.

Em um dia de verão, daqueles do sujeito suar em baixo de uma figueira, o grupo de danças folclóricas alemãs tinha apresentação no interior de Cachoeira do Sul. Salão lotado de gente e lá fomos nós. Dança vai, dança vem e chega a hora de assumir meu papel de hélice. Roda, roda, roda, roda... Na hora de descer fiquei mais perdido do que surdo em bingo. Além de a labirintite ter atacado, a miopia parece que aflorou ainda mais e eu não sabia onde estava minha frida. Como ela tinha uma juba cabelos encaracolados, enxerguei uma cabeleira e me toquei. Mas ao chegar mais perto, percebi que a tal frida era par da outra hélice. Sim, para meu constrangimento e diversão geral das pessoas, errei de mulher. E isso que nem havia bebido. Viram o que o clima de Oktober é capaz de fazer com o sujeito.

Por Ermilo Drews

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu morria de medo do meu filhinho mimoso quebrar o pescoço.
    E eu sou testemunha da tua errada de frida, mas bobo tu não era, porque a tua frida era bem mais feia.

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  3. Oi Ermilooo
    Achei o teu blog pelo do Márcio.
    Tudo bem??? Quanto tempo, hein?!
    Passa lá no meu blog tb.
    Beijos, Mari

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